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CONCEPÇÃO DE “UM”JOGAR - Estreia de Jürgen Klopp


O fenômeno Futebol caracteriza-se como um Jogo Desportivo Coletivo dos mais complexos. A construção de um jogar deve ser erguido conforme cada concepção do Jogo, como se entende, compreende, executa e avalia. Porém, a fim de edificar esse jogar peculiar, necessito antes de tudo saber como é esse meu Jogar. Quando se assume uma equipe, há a necessidade de se ter bem definido como se deve e vai treinar/jogar. Ter por estabelecido como vai ser arquitetada a metodologia, com liderar, como se quer jogar, que tipo de atleta precisa-se, etc. Nada mais é que um processo de codificação da performance. Ou seja, modelagem. Modelar algo que quero seguir, que tenho como verdadeiro, perante minhas experiências, crenças e valores.

Segundo Le Moigne (1990), a modelação pode ser entendida como a ação de elaboração e de construção intencional de algo, por composição de símbolos, de modelos susceptíveis de tornar inteligível um fenómeno complexo. De acordo com Julio Garganta, a Modelação Tática das idéias de Jogo permite rentabilizar a prestação dos Atletas e das equipas no processo de ensino-treino e na competição. Modelar as Idéias de Jogo está primeiramente em entender as partes que irão compor o todo, entender como era o “Todo” com outras idéias ou sem as idéias. O treinador deve entender este Eco-Sistema Complexo, se o quiser ter sucesso na construção intencional de sua forma de jogo própria.

Na elaboração da equipe no início da temporada, o processo de Modelação Tática tem mais viabilidade de entendimento (consciente e inconsciente), em virtude principalmente do tempo que há, para se colocar no processo de ensino-treino situações específicas (meios - exercícios) que operacionalizem os princípios de jogo em seus diversas níveis (superficiais e mais elevados). Diferentemente, quando se pretende que estes mesmos objetivos sejam alcançados após o início de temporada, onde a equipe sofreu todo um processo de ensino-treino com idéias diferentes das que pretendemos.

Treinar (Gerir) é Modelar. Acabamos em um circulo recursivo, onde o início (treino) determina o fim (Jogo) que justifica o início (treino). Modelar não é fechar, simplesmente se caracteriza como dar liberdade de forma guiada as idéias iniciais de jogo, Princípio. Modelar o início e não o fim, ou seja, guiar as ordens iniciais ideias. Com isso, as idéias de jogo do treinador levam em consideração tudo aquilo que já está no atleta e na organização da equipe, como referencial de comportamento em campo.

Na construção de uma organização coletiva, precisa-se ter em mente a organização coletiva ja estabelecida no “Todo” e a organização individual (forma de jogar de cada atleta). Necessita-se conhecer e respeitar aquilo que já esta enraizado na equipe de forma Coletiva, Setorial e Inter-Setorial, pois, os atletas ainda tem em seu inconsciente as orientações que baseiam suas funções em campo. Precisamos conhecer e respeitar o “Todo” (o atleta, a equipe, o contexto, o ambiente, etc.)

O treinador precisa estar ciente que caso esta não for a base da organização coletiva tender-se-á a um número maior de ocorrências durante o jogo, que propiciarão uma quantidade de situações de risco, tendendo mais à ruptura, ou quebra organizacional da equipe do que as situações de controle do jogo.


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